Houve um último olhar, aquele que se despedia de tudo que foi bom por um bom tempo. Olhei fundo, sofrida, mergulhando em segundos nos olhos negros daquele homem que eu tanto desejei chamar de meu. Senti a falta de algo e nem sei bem de quê, sei que verdadeiramente nunca tive. Penso em instantes se não foi perda de tempo, (des)penso, pois não.
Oferecemos tanto um ao outro quando pensávamos não ter nada a dar. E é bom saber que mesmo sem entregas, houveram trocas. Eu não sei se o ensinei algo e nem sei se aprendi algo com ele, mas tenho certeza que aprendemos muito com nós mesmos. E mesmo sabendo que não nos lembraremos de momentos, porque simplesmente não houveram momentos eu sei que sempre haverá coisas bem mais importantes para lembrarmos, inclusive um do outro.
Passa o tempo e tudo leva, pouco fica. Os textos que escrevi para mim pensando nele continuaram guardados, a espera de tocarem outras pessoas como um dia tocaram a mim. O que ele guardará de mim? Não sei, mas sei que de mim lembrará quando ler ou ouvir Clarice Lispector e dele irei lembrar quando me deparar com poemas de Carlos Drummond de Andrade e vou é sentir falta dele, ele, o meu Drummond particular. Haverá pouco de um no outro, mas será muito quando nunca houve tanto.
Aquele último olhar, o de despedida, não encerrava a história não acontecida entre nós, mas indicava o inicio de algo que nem sei bem o que é, mas que eu quero descobrir e desejo que ele também queira. Desta vez não haverá convite, haverá braços para um abraço, e que este abra feito compasso um novo ciclo, desde já aceito. Não desisti, apenas cansei dessa esperança desanimada no esperar.

Como me encontrou no orkut eu não sei, só sei que adorei o espaço que está nascendo aqui!
ResponderExcluirEsse texto é lindo...
Juntando com os outros vejo uma dose cavalar de personalidade em seus textos (cada um tem um jeito de escrever, quando a jeito consegui imprimir nos textos o nosso jeito é motivo de grande orgulho)!
Estou te seguindo...
Te espero no meu cantinho tbm.
www.prikastro.blogspot.com
Parabens pelo blog!
Vou visitar os outros com certeza!
PS:Qto ao sentimento no texto, sendo verídico ou não, te digo que a melhor parte de não se saber exatamente o que tem é que não podemos perde-lo!
Grd beijo!